Esta é a foto "clandestina" tirada pelo marido da "infratora"! |
Foi numa tarde ensolarada de setembro que eu e a turma de amigos da - Associação Tributo à Arte e a Liberdade (TRIBAL), nos preparávamos para mais uma apresentação do Tribal Sobre Rodas da Animação e o Caminhão da Cultura, que naquela tarde rumava ia para Arraial do Cabo. Eu guiava a perua que transportava a turma. Como a viagem era pra outra cidade fiz as revisões de pneu, água, óleo, etc... aconselháveis para a estrada. Passei no local de encontro e ainda faltavam alguns amigos; então anunciei que iria abastecer e retornar ao local de partida.
Alguns se precipitaram em guardar seus pertences pessoais e artísticos para evitar carregar peso, e foi aí que tudo começou: Ela foi parar lá no bagageiro, protegida apenas por uma simples bolsa de pano que disfarçava suas formas e cores. Mas não a mim. Eu sabia que ela estava lá, a “Mala da Fama”, tão formosa e importante, era um sonho que estava perto de se tornar real. Enfim eu iria tirar a minha primeira foto com a tal mala famosa!
Passei no posto de gasolina e minha atenҫão estava totalmente voltada ao bagageiro. Perdi a noҫão, perdi a linha, perdi o bom senso e parti em disparada para minha casa, que se tornou cativeiro naqueles minutos. Buzinei apressada para meu cúmplice, meu marido, e ele abriu o portão, sem muito entender - afinal eu estava a caminho de Arraial, segundo lhe constava - e sem mais nem menos apareci ali em casa aflita e ansiosa. E assim foi. Fechamos os portões olhando de soslaio com medo de alguém nos repreender, e então... era chegada a hora!
Falei com arrogância - tom perfeito para os infratores -
-PEGA A MÁQUINA!!!
Ele sem nada entender ainda:
-Que máquina mulher, o que está acontecendo e o que faz aqui??
Carolina Grazinole, fotografada "legalmente" com sua filha Gabi e a MALA DA FAMA! |
CaNesta hora percebemos que a máquina estava emprestada, o melhor celular e com mais recursos estava sem bateria e minha hora pra buscar o pessoal pra viajar super em cima. O que fazer? Expliquei-lhe a situação e as minhas frustraҫões por ter estado tantas vezes perto da “mala da fama” e não ter conseguido um flashezinho sequer! Ele, meu marido, compadeceu-se de minha triste sina, e providenciou um celular antigo com uma chance mínima de funcionar, para uma tentativa.
E assim foi!!!
Retirei o produto da “infraҫão” da bolsa que a protegia, e com medo que é peculiar dos meliantes, cliquei algumas vezes com poses rápidas e sorriso amarelo de angústia. Nem pude ver o resultado direito. Emabalei-a novamente e saí do cativeiro o mais rápido que pude. O carro morreu algumas vezes resultado de um grande nervosismo, mas cheguei ao local de encontro, peguei a turma e ninguém notou o feito.
Sim seqüestrei a MALA DA FAMA, mas afirmo com toda a veemência que a mesma NÃO foi violada! De forma alguma. Ela continua pura como antes dessa data. Nada de mal aconteceu com ela a não ser a restrição da liberdade por poucos minutos, com a intenção de obter a vantagem de umas fotos.
Sei das conseqüências desse ato infrator, um crime.hediondo, sem lesão corporal, cabível na lei 11.923 de seqüestro relâmpago, podendo eu pegar de 6 meses a 4 anos de reclusão segundo o artigo 158. Ainda assim eu confesso:
TIREI UM FOTO CLANDESTINA COM A MALA DA FAMA!! UHUUUUUL...
Carolina Grazinoli - Professora, capoeirista e Jongueira.
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