A Mala da Fama, atualmente
exposta no CAV (Centro de artes visuais de Cabo Frio) é uma réplica da original
que se encontra em fase de restauração. Para que nosso objeto circulasse
tivemos de levar a Brasília a original, criada em 2000 e que atuou até 2009, em
função do permanente pé na estrada, passando pelas mãos de milhares de pessoas,
ela foi ficando desgastadas pelo tempo e acabou sendo guardada em 2009 para dar
lugar à atual Mala da Fama, que, foi recriada a partir de seu objeto original,
embora, mantenha o formato e o conceito o objeto novo guarda, também, a sua
particularidade e sempre que é manuseada por alguém, as pessoas que conhecem o
objeto mais antigo, reconhecem detalhes e modificações feitos na réplica.
Tendo de se reinventar, nosso
objeto incorporou novas ações em seu contexto-uso, uma delas foi a inserção em
espetáculos de teatro, para além dos espetáculos de mímica e narração de
histórias do seu criador, Jiddu Saldanha, o objeto agora, se viu, em Brasília,
sendo convidado a compor cenários e cenas de espetáculos, na II Mostra
Internacional de Mímica de Brasília, uma grande surpresa e uma muito bem sacada
idéia de
Alberto Gaus, que pediu para que a Mala da Fama figurasse como objeto
cênico de seu espetáculo “Chuva de Risos”, foi uma intervenção linda, durante
uma hora, o público presente, sentiu, e viu o Objeto de Arte Transportável
(nome conceitual da Mala da Fama) circular pela cena, quer seja nas mãos do
artista ou no cenário da peça.
No espetáculo "Darwin" a Mala da Fama vira um objeto que logo é manuseado pelo ator Victor de Seixas. |
No dia seguinte, outra surpresa
agradável, a Mala da Fama, foi convidada a marcar sua presença no cenário do
espetáculo “Darwin”, da Cia Teatral Aangatu, de Victor de Seixas, onde
permaneceu em cena durante todo o espetáculo, inclusive, sendo manuseada no final,
pelo personagem central do trabalho, a Referência poética e percepção estética,
gerou uma espécie de diálogo “demótico” entre o artista e a platéia. Uma
surpresa agradável onde a criatividade foi o mote dando vazão à capacidade que
a Mala da Fama tem, de se comunicar artisticamente com todas as possibilidades
ao alcance.
O grupo Sonhus Teatro Ritual,
também “emprestou” a Mala da Fama para executar uma de suas cenas, aliás,
belíssimo espetáculo, recheado com mímica, animação de objetos e técnica de
teatro negro, onde a iluminação desempenha papel fundamental na construção de
cenas ilusionistas, um tipo de teatro com forte influência oriental, destacando
o butoh e o teatro clássico chinês, tudo, claro, com uma boa dose de música de
primeira e altas referências ao Mágico de Oz, como diria meu amigo do Rio
Grando do Sul, Pedro Júnior: “que categoria”!