domingo, 6 de março de 2011

OS IMENSOS PAINÉIS COM A MALA DA FAMA!

Viajando pelo Brasil, descobri que a Mala da Fama tem um forte signifcado democrático, pois, confere fama às mais diversas personalidades por onde anda. Os Painéis construídos ao longo do tempo, vão dando noção de uma identidade que vai se revelando a cada passo e na construção de seu próprio destino.

A Viagem da Mala pelo lugares mais distantes e em contato com todas as
formas de beleza que encontra pelo caminho!
A Beleza da Mulher Brasileira e a MALA DA FAMA!
MINHA RELAÇÃO COM AS ARTES VISUAIS - E O PORQUE DA MALA DA FAMA!
(Por Jiddu Saldanha)

Para entender bem o que é o Objeto de Arte Transportável, Mala da Fama, é preciso conhecer a trajetória de seu autor, Jiddu Saldanha, dentro das artes visuais e no teatro, no caso, eu. Aqui me explico para aqueles que quiserem conhecer o processo artístico que me levou a criar esta idéia.
Na cidade de Mariana - MG, crianças se acotovelam
para segurar a MALA DA FAMA!
Aprendi técnicas de pintura e colagem com o artista catalão, Xavier Ruaix Durán. Eu o conheci em Curitiba no ano de 1990, neste período, estava fazendo um show de mímica na rua XV de novembro quando ele apareceu. A partir deste dia, surgiu uma grande amizade entre nós e foi neste período, que comecei a me interessar por pintura. Eu costumava passar manhãs inteiras com Xavier, aprendendo técnicas de colagem e ouvindo suas preleções sobre arte contemporânea e a necessidade urgente de criar.
Aprendi pouquíssimas técnicas com Xavier Durán, mas o pouco que aprendi, foi o suficiente para iniciar uma vida também como artista plástico. Quando decidi pintar profissionalmente, a partir de 1998, já no Rio de Janeiro, eu dispunha de um conhecimento precário que funcionaria como pontapé inicial para descobrir empiricamente novas possibilidades. Meu potencial criativo foi aumentando na medida em que fui encarando novos desafios.
Luis Carlos Tourinho e a foto
inaugural com a
Mala da Fama, em 2001
Minha pintura tem estreita relação com o trabalho de mímica que venho desenvolvendo desde 1988. Nos meus quadros, busco o gesto e sua poesia sem me comprometer com o “belo”. A Beleza, para mim, está na expressão verdadeira do ser, a sinceridade e a honestidade são valores que procuro expressar na minha obra.
Busco também, questionar os preconceitos que envolvem a cor, acho o negro, o vermelho e os tons arroxeados repletos de uma poesia que pode despertar os melhores sentimentos humanos. A cor se agiganta conforme o tratamento que damos a ela e quando expressamos o que realmente somos.
Para mim, pintar, fazer colagens ou performances, quer seja no teatro ou nas artes visuais, é tudo uma coisa só. Considero exercício pleno da liberdade de criar, visando, sempre, acrescentar algo para a humanidade. É assim que eu sinto e é desta forma que procuro viver de arte e para a arte.
Em meados do ano 2000 nasceu a Mala da Fama, primeiro como uma “mala colagem” que me acompanharia nos meus espetáculos, tranportando meu pandeiro, minhas luvas e alguns balões para algumas cenas mimo-teatral. Ainda em 2001, quando comecei de forma mais direta com meu trabalho de Contação de Histórias, a Mala serviu para colocar livros e pequenos adereços usados nas cenas.
No parque Ibirapuera, em São Paulo, o ator Vinícius
Della Líbera, faz uma ligeira performance com a
Mala da Fama!
No início de 2001, fui convidado para um Talk Show ao vivo na churracaria Palace, no Rio de Janeiro, pelo jornalista Gustavo Nagib. Naquela noite eu e o ator Luis Carlos Tourinho iríamos responder perguntas da platéia sobre nosso trabalho artístico e foi naquela noite que surgiu a primeira foto com a Mala, entreguei-a nas mão do tourinho e disse que se ele topasse fazer a foto eu teria uma lembrança dele e, de fato, ficou uma grande lembrança no coração.
Depois de fazer algumas fotos no Rio de Janeiro, rumei direto para Curitiba e em seguida para a cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, onde fiz centenas de fotos de escritores e o público que compareceu na Jornada Literária de Passo Fundo. Em seguida rumei para o Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves, também no RS.
A partir daí, a Mala da Fama foi se destacando dos meus projetos e foi virando um objeto independente, engajando-se em seu “site especific” assumindo a condição de Objeto de Arte transportável e hoje, ela já tem 11 anos de existência!