quarta-feira, 30 de novembro de 2016

15 anos de Mala da Fama.

Foi exatamente a 15 anos atrás, num Talk Show do jornalista Gustavo Najib, na
Um encontro inusitado, um voo
inesperado, nasce a Mala da Fama!
Churrascaria Palace, que nasceu a Mala da Fama. Conversa vai, conversa vem, estávamos eu e o ator Luis Carlos Tourinho, para dar uma entrevista aos frequentadores da renomada Churrascaria um dos principais roteiros gastronômico do Rio de Janeiro. A conversa foi boa, exceto pelo fato de que todos só faziam perguntas para o Luís Carlos, ator global, neto do Oscarito e com diversos produtos emplacados na rede globo de televisão, não fiquei com inveja, mas fiquei quietinho e melancólico, sabendo que aquele momento éra apenas mais um, para mostrar o poder da mídia global brasileira.
Eu era apenas um anônimo desconhecido. Fui para falar de mímica e palhaçaria e levei junto comigo, a minha mala, presente da madrinha da minha filha, a escritora Marina Quintanilha Martinez.
A surpesa veio quando Luis Carlos pediu para fazer um a foto com a minha mala, pois havia gostado muito dela. No meio das fotos, alguém disse: "também quero"; desci do palco e comecei a fotografar as pessoas com a uma câmera analógica, filme de 400 azas, apenas um tambor para 36 poses.
Ali nasceu a MALA DA FAMA, que hoje completa 15 anos de existência depois de fotografar mais de 500 mil pessoas.

Passando por diversas restaurações, a Mala da Fama circulou por centenas
mãos e resiste até hoje.
A Mala da Fama acumula experiência de ser fotografada por mais de 500 mil pessoas, espalhadas por todo o Brasil e, pela primeira vez, no Chile. Uma experiência única percorrida por um objeto que ganhou a referência do público e dos lugares por onde andou, preservando o dono como uma pessoa anônima que circulava pelo país fazendo seus solitários shows de Pantomima. Foram muitos os momentos vividos com este belíssimo e estranho objeto, talvez, depois da Torre Eiffel de Paris, o mais inútil objeto já visto na face da terra. Sim, porque a Mala da Fama não serve para nada, absolutamente nada. Uma foto com ela lhe dará apenas uma foto com ela, sem qualquer glamour, ela confere fama ao interlocutor, enquanto a vida segue.
Um objeto que confere fama às pessoas, tal sua efemeridade, no entanto, uma imagem que engaja no tempo e espaço, e nunca mais sai de lá. Assim tem sido a estranha vida deste "Objeto de Arte Transportável" que, transporta a essência do coração de quem a contempla. A Mala da Fama não é um objeto bonito, nem de longe. Uma mala desajeitada, feita para carregar o figurino e o nariz de palhaço do Prezepino, personagem que já te 27 anos, desde os primeiros shows de mímica em 1989 até a consolidação de viagens por todo o Brasil, sempre portando o inútil objeto.

Na Canja Carioca, em 2005, um momento onde as energias fluíram e a
vocação da Mala da Fama como um objeto conceitualmente performático.
Um divisor de água!
O conceito da Mala da Fama foi surgindo com o tempo, durante os primeiros anos, fotografar era um exercício de humor, as pessoas se apossavam do objeto, faziam fotos e comentavam com os amigos. Com o advento da internet e o melhoramento da tecnologia digital, a mala passou a ser mais dinâmica e já era possível enviar as fotos para os próprios fotografados. Foi a partir de 2004 que ela passou a se configurar como performance, de fato. Tendo participado de encontros e feiras empresariais, foi perdendo a timidez e virou figura alegórica de diversos cursos e congressos na área de arte e psicologia, sempre buscando seu lugarzinho, de forma sutil e chamando a atenção, suavemente, por onde passou.
Pelo visto, a Mala da Fama vai seguir narrando a vida e os acontecimentos, de uma perspectiva inútil, que só ela própria pode avaliar, apesar de ser um objeto, conferir fama às pessoas, ela pode descansar, encontrando um lugar na sensibilidade do observador, como no dia 29 de Novembro de 2016, quando invadiu a festa de um curso de Teatro, em Cabo Frio, o OFICENA e fez seus primeiros registros comemorativos de 2016, dessa vez, para viver seu aniversário que, inútil e anônimo, povoa o imaginário daqueles que a seguram, para entrar na história.

Jiddu Saldanha - Mímico e Blogueiro